Lisboa, Portugal
O Verão antecipado inundava com uma vaga de calor a capital portuguesa . Os pearl jam regressavam quatro anos depois ao país que tão bem os acolhera em 1996 nos grandiosos concertos de Cascais. Os bilhetes haviam esgotado no espaço de horas, o concerto originalmente marcado para o Pavilhão Atlântico foi substituído por um único espectáculo que foi agendado para o místico Estádio do Restelo, na zona histórica de Belém... transportes públicos à pinha, enchentes nas esplanadas, multidões caminhavam à beira rio inspirados pela fantástica vista e antecipando o regresso entoavam a plenos pulmões os clássicos da banda... A atmosfera era perfeita, o dia entardecia com um uma inesperada e perfeita beleza...
A fila para a entrada no recinto dava uma volta completa ao estádio, ainda faltavam horas para o inicio do concerto... já se desesperava, sofria-se com a impaciência inerente. Quando finalmente entravam no estádio os fans corriam desesperados rumo ao topo oposto do estádio a uma velocidade que faria inveja a qualquer jogador de futebol. A primeira parte dos Vandals durou uns 5 minutos que pareceram horas medindo pela quantidade de assobios que os afastaram rapidamente do palco... estávamos alí para outra coisa... com este prato principal quem precisa de aperitivos?
Depois dos primeiros gritos por Portugal, e os chamamentos constantes pela banda, ouvem-se os primeiros acordes da novíssima of the girl... quando finalmente a voz de Ed Vedder surge calma e melancólica na música o estádio agita-se e o público delira.
O que se seguiu não sei nem como definir. 5 músicas electrizantes com a descarga de uma adrelina acumulada em 4 anos de espera pelos cerca de 40 000 fans, o estádio rebenta, vibra, salta em perfeita sintonia com as acordes crus e pungentes de Evolution, Animal, Red Mosquito, Corduroy e Grievance. Perderam sapatos, moveram-se multidões, perderam-se amigos, desfizeram-se grupos... a massa humana massiva flutuou pela relva alcatifada do estádio à velocidade das guitarras e com a força e a garra da voz de Ed a ser quase superada pelas gargantas afinadas da multidão. "I rather be... i rather be in Portugaaaaaal !!! "
No final de Red Mosquito, Ed saúda o público, ainda sem saber falar português, anuncia o inicio da tourné num show calmo com amigos, relembra Cascais, apresenta Matt Cameron... "it's good to be back."
Nesta altura já o público gritava por "água", um concerto a aquecer num anoitecer estúpidamente quente... Ed aproveita para lembrar a palavra "Saudade", agradece um skate e uma prancha de surf empretadas nas praias por perfeitos estranhos e constata que isso não podia acontecer em qualquer sítio no Mundo. Dedica uma música sobre as "coisas simples", light years aos amigos Portugueses... Segue-se Nothing as it seems, o single do novo album com a guitarra mais negra e sofrida da banda... Mike é apresentado...
Surge given to fly, acompanhado a palmas ondulantes, gritado a plenos pulmões por todos, o estádio rebenta de entusiasmo. Portugal! Portugal! Portugal! Segue-se o clássico Even Flow, com a habitual interacção com o público. Faithfull, uma grande música, pouco tocada ao vivo, aparece de surpresa e com ela, o primeiro precauço da noite: Matt rebenta com a bateria... primeiro imprevisto técnico da noite... a música prossegue ainda assim... sem que ninguém se aperceba.
Untitled é apresentada com Ed a solar a acompanhar as palmas do público num improviso perfeito... alguns acordes soltos e Ed anuncia o problema técnico ainda por resolver... novos gritos por "água" (o público tinha sido regado antes do concerto), ed pergunta se o publico pede Cerveja "Sagres?"... e pede que o ajudem a cantar sem a bateria a próxima música:
E pronto, inexplicável, indescritível, perfeito... talvez a melhor empatia de sempre entre a banda e o seu público... a meio da música regressa a bateria... ninguém reparou... os olhos começavam a brilhar... "OBRIGADO" -grita Vedder...
Seguem-se as poderosas Breakherfall e MFC, e o estádio volta a ficar do avesso... Whislist começa com um engano do enferrujado Vedder que é ajudado pelo público a relembrar a letra... "Help me sing in Portugal"... apesar de tudo era o primeiro concerto da digressão, e ninguém se importou de dar uma mãozinha... A música seguinte é uma "bonita canção" de Stone, thin air enquadrou-se bem na harmonia e empatia suaves da música anterior. Na coerência do alinhamento é tocada a magnifica Daughter... com um final prolongadissimo e perfeito com uma sintonia estrondosa entre a banda e o público... mais um momento marcante. Please come back... - ainda nem sequer fomos embora" ... "the next song is about leaving" : Evacuation, poderosa primeira colaboração de Matt no catálogo pearl jam...
O alinhamento estava a ser bem diversificado, coerente, como que a apresentar os albuns a que faltou uma tour europeia, faltavam os clássicos. Ninguém esperava que fossem apresentados 3, e que 3!, de seguida... Immortality, Betterman e Black... no ínicio de immortality o público volta a cantar em auxílio de um esquecido Ed Vedder, aos primeiros acordes de betterman já o público estava rendido... cantou em uníssono a música e muitas vezes superou a poderosa voz do vocalista... a música termina com um excerto de Save it for later, com uma energia incrivel. Por fim, Black deixou toda aquela multidão de lágrima no olho, perfeito o momento, as expressões, os olhares alheios, os braços abertos em direcção ao céu... "Thank You very much" Portugal! Portugal! ... único. Go acabou com o main set, e com as energias restantes de todos...
Oh oh i... oh i'm still Alive ! - gritava todo o público em uníssono...
Ed agradece ao público a ajuda nas canções, o facto de ter aparecido tanta gente (40 mil) e agradece a hospitalidade " Beautiful place you got here thank you for sharing it with us""Had a great time"... ED.. ED... ED... "SUCKS SUCKS"- responde...
A fantástica Last Exit abre as hostilidades, rebenta com qualquer garganta e réstia de energia que ainda subsistisse... depois... bem, depois... foram mais 3 clássicos de seguida... O hino Jeremy... cantado por todos... no final como em jeito de desafio o público garantia-se vivo: I'm Still Alive... Ed reconhece a afinação da assistência e promete não cantar a música... a fantástica elderly woman behind the counter in a small town segue-se com a empatia a adensar-se ainda mais, uma cumplicidade de cidade pequena. E por fim... surpresa... afinal ainda tocaram o Alive... e pronto... acabou...
No regresso para o segundo encore Ed vem assim estilo saco de batatas nas costas de um gigante, nada mais nada menos que Dennis Rodman... e confessa que foi a aparição mais curta do gigante num palco de pearl jam... Ed agradece ao público, reconhece o civismo e companheirismo como se trataram, manda acender as luzes e Yellow Ledbetter encerra o espectáculo.
"Stay in love will you?"
A fila para a entrada no recinto dava uma volta completa ao estádio, ainda faltavam horas para o inicio do concerto... já se desesperava, sofria-se com a impaciência inerente. Quando finalmente entravam no estádio os fans corriam desesperados rumo ao topo oposto do estádio a uma velocidade que faria inveja a qualquer jogador de futebol. A primeira parte dos Vandals durou uns 5 minutos que pareceram horas medindo pela quantidade de assobios que os afastaram rapidamente do palco... estávamos alí para outra coisa... com este prato principal quem precisa de aperitivos?
Depois dos primeiros gritos por Portugal, e os chamamentos constantes pela banda, ouvem-se os primeiros acordes da novíssima of the girl... quando finalmente a voz de Ed Vedder surge calma e melancólica na música o estádio agita-se e o público delira.
O que se seguiu não sei nem como definir. 5 músicas electrizantes com a descarga de uma adrelina acumulada em 4 anos de espera pelos cerca de 40 000 fans, o estádio rebenta, vibra, salta em perfeita sintonia com as acordes crus e pungentes de Evolution, Animal, Red Mosquito, Corduroy e Grievance. Perderam sapatos, moveram-se multidões, perderam-se amigos, desfizeram-se grupos... a massa humana massiva flutuou pela relva alcatifada do estádio à velocidade das guitarras e com a força e a garra da voz de Ed a ser quase superada pelas gargantas afinadas da multidão. "I rather be... i rather be in Portugaaaaaal !!! "
No final de Red Mosquito, Ed saúda o público, ainda sem saber falar português, anuncia o inicio da tourné num show calmo com amigos, relembra Cascais, apresenta Matt Cameron... "it's good to be back."
Nesta altura já o público gritava por "água", um concerto a aquecer num anoitecer estúpidamente quente... Ed aproveita para lembrar a palavra "Saudade", agradece um skate e uma prancha de surf empretadas nas praias por perfeitos estranhos e constata que isso não podia acontecer em qualquer sítio no Mundo. Dedica uma música sobre as "coisas simples", light years aos amigos Portugueses... Segue-se Nothing as it seems, o single do novo album com a guitarra mais negra e sofrida da banda... Mike é apresentado...
Surge given to fly, acompanhado a palmas ondulantes, gritado a plenos pulmões por todos, o estádio rebenta de entusiasmo. Portugal! Portugal! Portugal! Segue-se o clássico Even Flow, com a habitual interacção com o público. Faithfull, uma grande música, pouco tocada ao vivo, aparece de surpresa e com ela, o primeiro precauço da noite: Matt rebenta com a bateria... primeiro imprevisto técnico da noite... a música prossegue ainda assim... sem que ninguém se aperceba.
Untitled é apresentada com Ed a solar a acompanhar as palmas do público num improviso perfeito... alguns acordes soltos e Ed anuncia o problema técnico ainda por resolver... novos gritos por "água" (o público tinha sido regado antes do concerto), ed pergunta se o publico pede Cerveja "Sagres?"... e pede que o ajudem a cantar sem a bateria a próxima música:
E pronto, inexplicável, indescritível, perfeito... talvez a melhor empatia de sempre entre a banda e o seu público... a meio da música regressa a bateria... ninguém reparou... os olhos começavam a brilhar... "OBRIGADO" -grita Vedder...
Seguem-se as poderosas Breakherfall e MFC, e o estádio volta a ficar do avesso... Whislist começa com um engano do enferrujado Vedder que é ajudado pelo público a relembrar a letra... "Help me sing in Portugal"... apesar de tudo era o primeiro concerto da digressão, e ninguém se importou de dar uma mãozinha... A música seguinte é uma "bonita canção" de Stone, thin air enquadrou-se bem na harmonia e empatia suaves da música anterior. Na coerência do alinhamento é tocada a magnifica Daughter... com um final prolongadissimo e perfeito com uma sintonia estrondosa entre a banda e o público... mais um momento marcante. Please come back... - ainda nem sequer fomos embora" ... "the next song is about leaving" : Evacuation, poderosa primeira colaboração de Matt no catálogo pearl jam...
O alinhamento estava a ser bem diversificado, coerente, como que a apresentar os albuns a que faltou uma tour europeia, faltavam os clássicos. Ninguém esperava que fossem apresentados 3, e que 3!, de seguida... Immortality, Betterman e Black... no ínicio de immortality o público volta a cantar em auxílio de um esquecido Ed Vedder, aos primeiros acordes de betterman já o público estava rendido... cantou em uníssono a música e muitas vezes superou a poderosa voz do vocalista... a música termina com um excerto de Save it for later, com uma energia incrivel. Por fim, Black deixou toda aquela multidão de lágrima no olho, perfeito o momento, as expressões, os olhares alheios, os braços abertos em direcção ao céu... "Thank You very much" Portugal! Portugal! ... único. Go acabou com o main set, e com as energias restantes de todos...
Oh oh i... oh i'm still Alive ! - gritava todo o público em uníssono...
Ed agradece ao público a ajuda nas canções, o facto de ter aparecido tanta gente (40 mil) e agradece a hospitalidade " Beautiful place you got here thank you for sharing it with us""Had a great time"... ED.. ED... ED... "SUCKS SUCKS"- responde...
A fantástica Last Exit abre as hostilidades, rebenta com qualquer garganta e réstia de energia que ainda subsistisse... depois... bem, depois... foram mais 3 clássicos de seguida... O hino Jeremy... cantado por todos... no final como em jeito de desafio o público garantia-se vivo: I'm Still Alive... Ed reconhece a afinação da assistência e promete não cantar a música... a fantástica elderly woman behind the counter in a small town segue-se com a empatia a adensar-se ainda mais, uma cumplicidade de cidade pequena. E por fim... surpresa... afinal ainda tocaram o Alive... e pronto... acabou...
No regresso para o segundo encore Ed vem assim estilo saco de batatas nas costas de um gigante, nada mais nada menos que Dennis Rodman... e confessa que foi a aparição mais curta do gigante num palco de pearl jam... Ed agradece ao público, reconhece o civismo e companheirismo como se trataram, manda acender as luzes e Yellow Ledbetter encerra o espectáculo.
"Stay in love will you?"
4 comentários:
I've been there:
http://mrjazzmanshowz.blogspot.com/2000/05/pearl-jam.html
mas na bancada nascente, o bilhete tem um look diferente.
o que eu estava procurando, obrigado
Que belo texto tens ai. Os meus parabéns :)
O meu primeiro concerto de Pearl Jam. E amanhã, Maracanã!!!
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