04/09/06 Pavilhão Atlântico
Lisboa , Portugal
1ºParte - My Morning Jacket
Um final de tarde fantástico. Lisboa, à beira rio, temperaturas a rondar os 30 graus, a noite avizinhava-se perfeita. Uma verdadeira multidão rodeava o espacial Pavilhão Atlântico com um estranho brilho no olhar, por todo o lado se viam rostos familiares... seis anos depois a Banda regressava a casa...
Nas filas de entrada percebia-se a apreensão, o nervoso miudinho numa ânsia revivalista que me fez lembrar o saudoso concerto do estádio do Restelo. Um letreiro lembrava a política de gravação de concertos tão particular na banda. Apressados todos la foram entrando e procurando os melhores lugares possíveis. Depois de umas cervejas ao som de uma primeira parte que não comprometeu, a tensão começou a pairar no saturado ambiente de sauna do Atlântico lotado.
Depois de muitas falsas partidas, aplausos e gritos de desespero, eis que as luzes se apagam. Um turbilhão de emoções ficou suspenso no ar, e com o primeiro ruído de fundo mais familiar veio tudo abaixo, a voz de Ed Vedder na harmonia de Wasted Reprise gelou os corações dos presentes que acampanharam baixinho, como que a medo...
Life Wasted, quebrou o gelo de um primeiro impacto de saudade, seguido de um poderoso Animal, com direito a acompanhamento do público: "I rather be... I rather be in Portugal...!". Aos primeiros acordes de Corduroy já o público estava rendido, palmas a compasso e todo o pavilhão a saltar e a cantar acompanhando a banda em perfeita harmonia.
Seguiram-se duas músicas do novo álbum, Severed Hand e o single World Wide Suicide, simplesmentes fantásticas, confirmando o poder das músicas dos pearl jam quando tocadas ao vivo.
Ed, rompe o silêncio e saúda a multidão, num português esforçado diz-se muito contente por voltar e lembra os míticos concertos de Cascais e do Restelo, o público vibra com o reencontro... e surge o primeiro clássico da noite, Even Flow, os gestos, os gritos, "senhor Mike McCready " é apresentado e o primeiro grande solo da noite torna a empatia com o público ainda maior, o público ajuda a terminar a música e guarda uma grande salva de palmas para Mike e Matt...
Breve incursão pelo reportório esquecido em Portugal, com o calmo e melódico I Am Mine e o pujante God's Dice.
Yield, um album amado pelo público português chega, com Ed a proclamar uma chegada diferente em Given To Fly "he made it to lisboa had a smoke in a tree...", hipnótico e contangiante o refrão entoado em coro por toda a assistência. Sem tempo para respirar, surge bruscamente Evolution... e o pavilhão pura e simplesmente vem abaixo... "Aleluia" e vénias a brindar a música. Com o público na mão os pearl jam repiram num mágico Whislist, uma letra fantástica acompanhada por "50 million hands uprased here in Portugal", toda a magia e simplicidade de uma sonoridade que roda no jogo de luzes que a bola de espelhos faz voar pelos olhares petrificados de toda a assistência...
Lukin introduz o hino a uma juventude ida Not For You. "This is not for you" grita em coro toda uma geração. Palmas a compasso, e realmente fica provado que "All that sacred comes from youth"... brilhante... com direito a um excerto de Modern Girl a fechar com chave de ouro...
Comatose rebenta com a sua poderosa batida punk-rock... E quando todo o pavilhão parecia sucumbir ao cansaço, Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town recarrega baterias e com a força de uma empatia perfeita, 17 mil pessoas gritam "Hello!", "Hearts and thoughts fade away"...
Final perfeito do main set, Jeremy, uma das músicas mais emblemáticas da banda é partilhada por todos num misto de celebração e terapia... "Jeremy spoke in... class today...!" o público faz de Ed em grande parte da música. Why Go, numa versão cada vez melhor, termina com as forças de todos e a pergunta fica "Why Go Home!"
Depois do primeiro encore break Ed surge em parte incerta, cantando em jeito de tributo o aclamado Last Kiss, quando as luzes finalmente o encontram, o público apercebe-se de que o vocalista canta a partir da mesa de mistura no meio da assistência... toda a gente entra em euforia, sentindo o calor da proximidade. O extâse é geral... a voz de Ed é abafada pela da audiência...
Quando finalmente regressa a palco para a balada Inside Job, muito ao jeito Led Zepellin, já se acendiam isqueiros e telemóveis em homenagem. O primeiro acorde de Black, deixa todos os fans de lágrima no olho. Voltam os isqueiros, muitos fecham os olhos, o romance negro paira no ar... sente-se. Todos cantam a letra como se gritassem por ajuda divina. A atmosfera é agora marcadamente nostálgica, todos, têm outra vez 15 anos, todos sentem raiva, são oprimidos e morrem de amor... a música prolonga-se eternamente... "We Belong Together"... "muito, muito obrigado" proclama Ed visivelmente emocionado... o público retribui...
Crazy Mary, ajuda a adensar ainda mais o cenário, introduzido por uma história de marinheiros que chegam ao Hawai, Boom Gaspar é apresentado ao público português. Para terminar o encore surge mais um clássico, Alive, a música é cantada em uníssono...
O segundo encore começa com um tributo a todos os surfistas, a bem esgalhada Big Wave. Quando já ninguém esperava, Betterman é apresentada, com a habitual participação massiva do público. Os rostos voltam a sorrir, os olhos de todos brilharam em sintonia perfeita com a música... esta, é prolongada com a ajuda do público, nenhuma canção foi necessária e ninguém desiludio o Ed.. Inesperadamente surge mais um grito de revolta da geração grunge, a poderosa Leash não deixa ninguém indiferente, "Drop the Leash... Get out of my fuckin face!" é gritado por todos...
Para terminar uma versão dos The Who, Baba O'Rilley, que antevia um final já de luzes acesas, onde se podia ver claramente todo o pavilhão gritar "Teenage wasteland!", a banda já agradecia , Ed passeava pelo palco com a habitual pandeireta e cada um solava para seu lado... O público brindou a banda com uma ovação intensa, sentida, os pearl jam, agradeciam em palco, Ed apresenta toda a banda, agradece a todos elogia a cidade de Lisboa, e ao aperceber-se de que está a falar em Inglês, desculpa-se, recorre à habitual cábula e diz:
-VOCÊS SÃO DO CARALHO !
"Portugal...Portugal...Portugal!!!!"
(indescritível)
Yellow Ledbetter fechou a noite. Já pouco importava, a noite estava feita. Os pearl jam tinham voltado a fazer história com (mais) um concerto memorável que ficará para sempre na memória dos presentes.
De rastos, suados e sem voz a legião de fans abandona o Pavilhão Atlântico com um largo sorriso no rosto... Obrigado.
Nas filas de entrada percebia-se a apreensão, o nervoso miudinho numa ânsia revivalista que me fez lembrar o saudoso concerto do estádio do Restelo. Um letreiro lembrava a política de gravação de concertos tão particular na banda. Apressados todos la foram entrando e procurando os melhores lugares possíveis. Depois de umas cervejas ao som de uma primeira parte que não comprometeu, a tensão começou a pairar no saturado ambiente de sauna do Atlântico lotado.
Depois de muitas falsas partidas, aplausos e gritos de desespero, eis que as luzes se apagam. Um turbilhão de emoções ficou suspenso no ar, e com o primeiro ruído de fundo mais familiar veio tudo abaixo, a voz de Ed Vedder na harmonia de Wasted Reprise gelou os corações dos presentes que acampanharam baixinho, como que a medo...
Life Wasted, quebrou o gelo de um primeiro impacto de saudade, seguido de um poderoso Animal, com direito a acompanhamento do público: "I rather be... I rather be in Portugal...!". Aos primeiros acordes de Corduroy já o público estava rendido, palmas a compasso e todo o pavilhão a saltar e a cantar acompanhando a banda em perfeita harmonia.
Seguiram-se duas músicas do novo álbum, Severed Hand e o single World Wide Suicide, simplesmentes fantásticas, confirmando o poder das músicas dos pearl jam quando tocadas ao vivo.
Ed, rompe o silêncio e saúda a multidão, num português esforçado diz-se muito contente por voltar e lembra os míticos concertos de Cascais e do Restelo, o público vibra com o reencontro... e surge o primeiro clássico da noite, Even Flow, os gestos, os gritos, "senhor Mike McCready " é apresentado e o primeiro grande solo da noite torna a empatia com o público ainda maior, o público ajuda a terminar a música e guarda uma grande salva de palmas para Mike e Matt...
Breve incursão pelo reportório esquecido em Portugal, com o calmo e melódico I Am Mine e o pujante God's Dice.
Yield, um album amado pelo público português chega, com Ed a proclamar uma chegada diferente em Given To Fly "he made it to lisboa had a smoke in a tree...", hipnótico e contangiante o refrão entoado em coro por toda a assistência. Sem tempo para respirar, surge bruscamente Evolution... e o pavilhão pura e simplesmente vem abaixo... "Aleluia" e vénias a brindar a música. Com o público na mão os pearl jam repiram num mágico Whislist, uma letra fantástica acompanhada por "50 million hands uprased here in Portugal", toda a magia e simplicidade de uma sonoridade que roda no jogo de luzes que a bola de espelhos faz voar pelos olhares petrificados de toda a assistência...
Lukin introduz o hino a uma juventude ida Not For You. "This is not for you" grita em coro toda uma geração. Palmas a compasso, e realmente fica provado que "All that sacred comes from youth"... brilhante... com direito a um excerto de Modern Girl a fechar com chave de ouro...
Comatose rebenta com a sua poderosa batida punk-rock... E quando todo o pavilhão parecia sucumbir ao cansaço, Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town recarrega baterias e com a força de uma empatia perfeita, 17 mil pessoas gritam "Hello!", "Hearts and thoughts fade away"...
Final perfeito do main set, Jeremy, uma das músicas mais emblemáticas da banda é partilhada por todos num misto de celebração e terapia... "Jeremy spoke in... class today...!" o público faz de Ed em grande parte da música. Why Go, numa versão cada vez melhor, termina com as forças de todos e a pergunta fica "Why Go Home!"
Depois do primeiro encore break Ed surge em parte incerta, cantando em jeito de tributo o aclamado Last Kiss, quando as luzes finalmente o encontram, o público apercebe-se de que o vocalista canta a partir da mesa de mistura no meio da assistência... toda a gente entra em euforia, sentindo o calor da proximidade. O extâse é geral... a voz de Ed é abafada pela da audiência...
Quando finalmente regressa a palco para a balada Inside Job, muito ao jeito Led Zepellin, já se acendiam isqueiros e telemóveis em homenagem. O primeiro acorde de Black, deixa todos os fans de lágrima no olho. Voltam os isqueiros, muitos fecham os olhos, o romance negro paira no ar... sente-se. Todos cantam a letra como se gritassem por ajuda divina. A atmosfera é agora marcadamente nostálgica, todos, têm outra vez 15 anos, todos sentem raiva, são oprimidos e morrem de amor... a música prolonga-se eternamente... "We Belong Together"... "muito, muito obrigado" proclama Ed visivelmente emocionado... o público retribui...
Crazy Mary, ajuda a adensar ainda mais o cenário, introduzido por uma história de marinheiros que chegam ao Hawai, Boom Gaspar é apresentado ao público português. Para terminar o encore surge mais um clássico, Alive, a música é cantada em uníssono...
O segundo encore começa com um tributo a todos os surfistas, a bem esgalhada Big Wave. Quando já ninguém esperava, Betterman é apresentada, com a habitual participação massiva do público. Os rostos voltam a sorrir, os olhos de todos brilharam em sintonia perfeita com a música... esta, é prolongada com a ajuda do público, nenhuma canção foi necessária e ninguém desiludio o Ed.. Inesperadamente surge mais um grito de revolta da geração grunge, a poderosa Leash não deixa ninguém indiferente, "Drop the Leash... Get out of my fuckin face!" é gritado por todos...
Para terminar uma versão dos The Who, Baba O'Rilley, que antevia um final já de luzes acesas, onde se podia ver claramente todo o pavilhão gritar "Teenage wasteland!", a banda já agradecia , Ed passeava pelo palco com a habitual pandeireta e cada um solava para seu lado... O público brindou a banda com uma ovação intensa, sentida, os pearl jam, agradeciam em palco, Ed apresenta toda a banda, agradece a todos elogia a cidade de Lisboa, e ao aperceber-se de que está a falar em Inglês, desculpa-se, recorre à habitual cábula e diz:
-VOCÊS SÃO DO CARALHO !
"Portugal...Portugal...Portugal!!!!"
(indescritível)
Yellow Ledbetter fechou a noite. Já pouco importava, a noite estava feita. Os pearl jam tinham voltado a fazer história com (mais) um concerto memorável que ficará para sempre na memória dos presentes.
De rastos, suados e sem voz a legião de fans abandona o Pavilhão Atlântico com um largo sorriso no rosto... Obrigado.
2 comentários:
Peral Jam é uma banda fantastica... Gosto muito... Bom trabalho. Continua.
Visita:
http://abolaeredonda.blogspot.com
http://blogdochelseafc.blogspot.com
so faltou porch e grievance para ser a noite perfeita...o alinhamento e excelente...
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